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Facebook vs Google. A batalha pelo o futuro da Web


Paul Adams é um dos profissionais mais requisitados do Vale do Silício. Um designer de produto com ar de intelectual ocupado com aqueles óculos de armação quadrada, um forte sotaque irlandês, e com um grande de número de seguidores fiéis. Como um dos principais pesquisadores de leads sociais para o Google, ele ajudou a conceber a grande idéia por trás da nova rede social da companhia, o Google +: aqueles círculos flexíveis que permitem que você agrupe amigos facilmente usando `apelidos` como "verdadeiros amigos" ou "amigos da faculdade". No entanto ele não chegou a ajudar a trazer o conceito do Google+ aos consumidores. 

Em dezembro de 2010, O Facebook o levou 10 milhas a leste de Palo Alto para ajudar criar modelos de anúncios para a rede social. Em seu blog, Adams explicou dizendo que o "Google valoriza somente tecnologia, não ciência social. Por isso teria aceito o convite de seu rival, o Facebook".

Ao longo da história de rivalidades no mundo da tecnologia, raramente houve uma batalha tão competitiva como a guerra travada entre Google e Facebook. Eles vão fazer de tudo para conquistar pessoas como Adams, e os milhões de dólares em anúncios de publicidade que estão em jogo nas mídias sociais. 

Não é como a batalha da Oracle vs HP, onde muito lixo foi tornado publico, nem as linhas de batalha são desenhadas tão claramente como eram quando a Microsoft assumiu o Netscape, mas as apostas são imensas. Estas empresas estão lutando para ver qual delas irá determinar o futuro da web - e o resultado afetará a maneira como obtemos informação, como nos comunicamos na internet e até mesmo como compramos e vendemos.

Duelo de gigantes

Em um canto, é o Facebook, o atual campeão da social media, tentando cimentar sua posição como o proprietário da identidade on-line de grande parte das pessoas do planeta. No outro é o Google, a empresa que organizou a informação do mundo e nos mostrou como encontrá-la, lutando para permanecer relevante no momento em que a Internet de hiperlinks dá lugar a uma Internet de pessoas. Embora Larry Page, do Google, co-fundador e CEO da empresa desde abril de 2011, tenha nascido apenas 11 anos antes que Mark Zuckerberg, o seu `homólogo` no Facebook, os dois pertencem a gerações diferentes, com visões de mundo e de Internet diferentes. 

Em uma página da web, tudo começa com uma pesquisa. Você busca por notícias, por um par de sapatos ou procura saber mais sobre sua celebridade favorita. Se você quiser saber mais sobre cuidados com a saúde ou decidir que modelo de televisão vai comprar, você pesquisa. Nesse mundo, os algoritmos do Google, aperfeiçoados durante mais de uma década, respondem quase que perfeitamente. 

Mas nos últimos anos a web tem se inclinado gradualmente e, talvez, inexoravelmente, em direção ao mundo de Zuckerberg. Lá, em vez de procurar um artigo de notícias, é onde você vai para interagir com seus amigos, para lhes dizer o que você gosta de fazer ou tem feito. Nas redes sociais as pessoas falam de quais filmes mais gostaram, quais as marcas que apreciam, e até mesmo onde é o melhor lugar do mundo para se comer sushi.

O Facebook está justamente no centro deste novo universo, e muito do que as pessoas fazem on-line hoje começa aí. O grande `lance` do Facebook tem sido o de se espalhar através da web e permitir que os outros, os usuários, aumentem sua rede de amigos. Como resultado, milhares de sites e aplicativos têm se tornado satélites que orbitam em torno do Facebook. Agora você pode ir para o Yelp (http://www.yelp.com/) para descobrir o que seus amigos do Facebook dizem sobre a nova balada da cidade, visita o Spotify (http://www.spotify.com/int/) para escolher playlists de música para você, ou jogar algum jogo famoso do Zynga com eles. 

Para piorar as coisas para Larry Page, grande parte desta atividade social não pode ser vista pelos algorítmos do Google na web, por isso todos os dias eles tornam-se um pouco menos precisos e relevantes.

Esta mudança para as mídias sociais altera tudo na web, para empresas e consumidores. Entre as primeiras indústrias a serem abaladas está a de publicidade. 


O mercado bilionário da publicidade on-line. 

O Google pode capturar hoje 41% dos 31.000.000.000 de dólares do mercado de publicidade online dos EUA. Mas o crescimento na publicidade de busca está diminuindo, e os anunciantes estão colocando mais de seus dólares limitados no Facebook, com seus 800 milhões de usuários, muitos dos quais passam mais tempo no Facebook do que em qualquer outro site.

A receita do Facebook deve crescer 81% este ano, enquanto a exibição de anúncios do Google tem uma estimativa de apenas 34% de aumento. Google e Facebook querem fazer crêr que há espaço para ambos continuarem crescendo com sucesso ilimitado, mas na verdade não há. 

Como o analista da Stifel, Nicolaus Jordan Rohan, explica: "É altamente improvável que o Google ou o Facebook possam pôr as mãos nos bilhões que os investidores esperam, vindos do mercado de exibição de anúncios, sem se digladiar diretamente e roubar quotas de mercado um do outro."

Como Bill Gates a menos de uma década atrás, Larry Page está vendo sua empresa perder a liderança do mundo da tecnologia. Então ele está lutando com um esforço gigantesco para pegar um pedaço deste novo universo social. Seu primeiro ato substancial como novo CEO do Google foi amplificar um aporte financeiro considerável no setor de engenharia da empresa para entrar na briga de vez com o Facebook, lançando assim o Google+. Não é a primeira iniciativa social do Google, mas é a única da qual as pessoas não estão rindo, o Google diz que 40 milhões de pessoas já se inscreveram no Google+ em apenas quatro meses. 

Mark Zuckerberg sabe que o Google+ é a primeira ameaça real ao Facebook desde que afundou o MySpace para se tornar o número 1 do mundo das redes sociais. 

Não foi nada surpreendente, que pouco depois de o Google+ ter feito sua estréia, Zuckerberg instalar um sinal de neon rosa na sede da empresa, sinalizando que os funcionários estavam em alerta para trabalhar contra o relógio, para reproduzir algumas das mais elogiadas características do Google+.

Mas movimentos defensivos não são o estilo de Zuckerberg, e em setembro, no F8, o evento de desenvolvedores da empresa, ele desencadeou um mar de novas funcionalidades que alteram radicalmente o serviço atual. E é esperado que a empresa lance uma rede de anúncios que irá aproveitar todas as ações sociais para ajudar seus consumidores/anunciantes a encontrar melhores alvos na web. Algo que se for implantado da maneira certa, poderá ameaçar ainda mais a posição do Google como o rei da publicidade online.

Assim, enquanto a maioria de nós gastamos nossos dias casualmente alternando-se entre nossas contas do Gmail e as novidades em nossos perfis do Facebook, no coração da península de San Francisco a guerra está acirrada. Zuckerberg servindo comida de graça neste verão para aqueles funcionários dispostos a tralhar nos fins de semana. Larry Page motivando sua equipe para adicionar funcionalidades ao Google+ em um ritmo furioso: mais de 100 só nos primeiros 90 dias. As decisões que estão sendo tomadas agora - lançamentos de produtos,  peças publicitárias - vão determinar qual empresa irá prevalecer.


Google




Larry Page não estava satisfeito. Foi um dia de fim de semana na primavera passada, Page, de 38 anos, estava brincando com um protótipo do Google+ em seu telefone Android. 

Ele achou muito lento para enviar fotos que ele tinha acabado de bater. Então chamou Vic Gundotra, guru social do Google, para reclamar. Gundotra tentou empurrar de volta, explicando por que a equipe do Google+ já havia decidido sobre esta funcionalidade.  Page insistiu que as fotos deveriam ser carregadas com um clique. No Google, o que Larry Page pede, é feito. 

Gundotra ordenou a sua equipe para reconstruir o recurso de upload de fotos, e agora Page se gaba sobre a funcionalidade. "É uma experiência totalmente mágica", disse ele recentemente, assim descreveu como é fácil postar fotos do Android para o Google+.

Em muitos aspectos, o Google+ é a rede social de Larry Page. Alguns consideram que a subida de Larry Page ao posto mais alto do Google foi meio precoce, mas a verdade é que ele tem estado envolvido no processo de criação do Google+ desde de início.

Nos meses iniciais, Page fazia, toda sexta-feira às 11 horas, revisões do novo produto. Para fazer o controle, ele mudou seu escritório e grande parte da suíte executiva para o prédio onde a equipe do Google+ foi instalada. 

Ele turbinou o projeto com recursos maciços, tornando-se um dos maiores empreendimentos de engenharia que o Google se envolveu em toda sua história de 13 anos, e ele elevou Gundotra para o cargo de vice-presidente sênior, reportando-se diretamente a ele. Page também condicionou uma parte dos bônus de milhares de Googlers a forma como a empresa se sairia na nova empreitada. 

O Google+ é também o primeiro teste do plano para transformar o Google em um empresa mais ágil, mais responsável, e no processo de evitar a falta de inovação, o que paralisa tantas empresas de sucesso. 

No projeto Google+, a abordagem livre e às vezes caótica da empresa com a inovação foi deixada de lado - substituída por um estilo mais empírico. Permitir o surgimento de milhares de flores desabrochando ainda pode ser importante para o Google, diz Sergey Brin, o outro co-fundador, mas "uma vez que elas desabrochem, queremos montar um lindo buquê."

Talvez seja mesmo um pouco de disciplina o que falte para que as ambições sociais do Google sejam atingidas. Alguns `ataques` anteriores do Google ao Facebook foram uma vergonha. 

Orkut, primeira rede social do Google, nasceu junto com Facebook em 2004, mas é em grande parte irrelevante fora do Brasil. Já Open Social, um esforço do Google liderada pelos EUA em 2007 para reunir MySpace e outras redes sociais em uma aliança para equilibrar a influência do Facebook, fracassou. 

Dois anos depois, o Google lançou o Wave, apenas para matá-lo depois de alguns meses, e o Buzz, uma tentativa feita em 2010 para encaixar os usuários do Gmail em uma rede social, rapidamente se transformou na maior gafe social do Google: acabou com os contatos das pessoas expostos para outros usuários, através do Gmail, desencadeando uma investigação do FBI, que forçou o Google a reformular suas políticas de privacidade e aceitar fiscalização do governo durante os próximos 20 anos.

O fiasco do Buzz foi um toque de despertar para o Google. Alguns de seus mais destacados engenheiros começaram a considerar a ideia de que uma rede social representa uma ameaça vital para o Google. 

Como a web estava sendo reconstruída em torno de pessoas - e, em particular, em torno do modelo do Facebook de relações humanas - o Google pode acabar nos bastidores, com sua relevância sendo abalada a cada dia. 

A mensagem sacudiu a cúpula do Google, e um projeto ambicioso, chamado de Emerald Sea, não apenas para criar um forte rival para o Facebook, mas também para posicionar os produtos existentes do Google em torno de meios de comunicação social, rapidamente tomou forma. (Gundotra escolheu o nome de Emerald Sea porque previa novos horizontes e águas tempestuosas à frente.)

Depois de mais de um ano de gestação, o Google finalmente introduziu o Google+ em junho. 

O resultado? 

Uma rede social que clonou muito do que as pessoas gostam no Facebook e eliminou muito do que elas odeiam no Facebook. Você vai encontrar páginas de perfil, guias para fotos e jogos, e claro, as intermináveis atualizações de amigos. 

O Botão do Google funciona como um Like do Facebook. Mas onde o Facebook é acusado de ignorar as preferências pessoais de privacidade, o Google tornou muito fácil de decidir quem pode ver o que os usuários postam no site. 

O Facebook não tinha uma boa forma de separar colegas de trabalho dos colegas de classe e de amigos reais, de modo que o Google+ foi construído em torno de círculos, de forma intuitiva para agrupar pessoas. 

O Facebook fica com 30% da receita que os desenvolvedores de aplicativos, como Zynga fazem em sua plataforma, assim o Google+ disse que levaria apenas 5%, por hora. 

Desde o lançamento, o Google implementou mais de 100 novas funcionalidades, e Page diz que há muito mais por vir. No Vale do Silício, onde todos haviam desistido da idéia de que o Google poderia competir com o Facebook, o Google pegou todo mundo - incluindo leais ao Facebook - de surpresa. "Google+ foi impressionante", diz Joe Green, um dos colegas de quarto de Zuckerberg em Harvard e fundador do `Causes`, um aplicativo construído para rodar no Facebook.


Facebook




Até recentemente, a pessoa mais popular no Google+, com 598.000 seguidores e contando, era Mark Zuckerberg . Mas ele ainda tem que fazer um post público, (coisa que nunca acontecerá) e de fato é claro ele prefere não discutir nada sobre o Google+, pelo menos publicamente. Quando pressionado em um evento em julho, ele chamou de apenas uma "prova de como os próximos cinco anos serão jogados." 

(Tradução:. Uhull, eles estão nos copiando...)

No entanto, dentro do escritório de Palo Alto, onde mais de 750 engenheiros regularmente passam pela pequena sala de vidro, usada para conferências, em que Zuckerberg, 27 anos, mantém o controle, os funcionários do Facebook fazem algumas horas extras importantes durante o horário de verão. 

Isso havia acontecido apenas uma vez antes, nos últimos anos no Facebook: Depois que vazou a informação de que o Google estava começando a trabalhar em um "assassino para Facebook", pode parecer meio pesado para nós brasileiros, que vivemos no país do politicamente correto, mas lá é exatamente assim que eles definem a situação, no verão de 2010 Zuckerberg chamou seus engenheiros para trabalhar à noite e finais de semana, por 60 dias para renovar as principais características sociais, como fotos, grupos e eventos. 

Dessa forma a cafeteria abriu todas as noites e fins de semana daquele verão, e as crianças foram para cama sem abraços de boa-noite, antes de seus pais voltarem para casa. 

Em setembro, o Facebook havia lançado uma série de novas funcionalidades como melhores ferramentas de agrupamento para imitar os círculos do Google+. 

Diz um membro da equipe de produto e engenharia: "[Google] pode apostar todo o dinheiro do mundo, incluindo centenas de pessoas nisso, e isso nos mostra como esse negócio é sério, e devemos levar a sério.".

A energia não foi simplesmente canalizada para a construção de um produto melhor. Em maio, o Facebook secretamente contratou uma empresa de relações públicas, Burson-Marsteller, para plantar histórias anti-Google em jornais e blogs, um movimento desajeitado que saiu pela culatra quando os jornalistas descobriram que o Facebook era cliente da Burson. A empresa defendeu as suas preocupações sobre violações de privacidade do Google, mas levou críticas por mau comportamento.

A ironia, claro, é que o Facebook e o Google ambos estão em uma luta constante para respeitar a privacidade dos utilizadores enquanto a informação sobre estes mesmos utilizadores, é o ouro que atrai as empresas anunciantes. 

Todas as informações sociais que deixamos para o Facebook quando dizemos "Like" para um par de sapatos Zappos ou atualizamos nosso status sobre futuros planos de casamento ajudam a empresa a servir-nos anúncios de coisas que estamos mais propensos a querer. 

Isso fez do Facebook uma plataforma de publicidade quase perfeita para os comerciantes que esperam grandes informações para fazer publicidade de suas marcas em escala na web. 

Como resultado, mesmo que a receita do Facebook seja minúscula em comparação com o Google, ele está crescendo em um ritmo muito mais rápido. Espera-se um aumento para 4,3 bilhões de dólares este ano, ou mais do que o dobro dos 2 bilhões que tivemos no ano passado, de acordo com a eMarketer. 

Em contraste, os analistas prevêem que a receita do Google vai crescer apenas 30%, para 38 bilhões de dólares. Zuckerberg é obcecado por descobrir como acumular mais dados, e cada vez mais pessoas passam mais tempo compartilhando mais coisas com seus amigos do Facebook. 

Foi por isso que em setembro de 2011, durante o evento F8,  ele revelou a `Time Line` para substituir as antigas páginas de perfis do Facebook. "Imagine expressar a história de sua vida", explicou Zuckerberg. 

Para demonstrar, ele mostrou em seu próprio Facebook, sua própria linha do tempo onde uma linha vertical rolada para trás através de sua história pessoal, todos os lugares que ele já tinha visitado estavam no site trazendo à superfície os itens mais importantes e encorajando-o a adicionar mensagens e fotos indo todo o caminho de volta para 14 de maio de 1984: Seu nascimento em Dobbs Ferry, Nova York . Com efeito, Zuckerberg pretende convencer-nos a transformar nossos Facebooks em scrapbooks digitais de nossas vidas. E ele já conseguiu isso. Imagine os usuários podendo registrar horas de upload de fotos e eventos de décadas anteriores ao Facebook.


Mas a novidade mais ousada no F8 não era o chamativo redesenho do site, mas sim uma mais profunda integração social com outros serviços como o Netflix e Spotify. Para se inscrever no Spotify, recém-chegados devem agora usar suas credenciais do Facebook. A vantagem é que você pode encontrar e ouvir playlists dos seus amigos no Spotify ou diretamente no Facebook. A desvantagem é que seus gostos musicais são revelados para o mundo. Este novo fluxo de dados sociais pode se mostrar valioso ao longo do tempo. 

Até agora, apesar de muitos editores oferecerem aos usuários a opção de publicar suas ações - como artigos que leram - no Facebook, a maioria das pessoas recebia apenas um convite. No novo modelo, o compartilhamento se torna opt-out em vez de opt-in, e o Facebook poderia se tornar o destinatário repentino de muito mais informações sobre o que fazemos online.  Eventualmente, a empresa pode utilizar os dados para vender anúncios ainda mais direcionados tanto dentro quanto fora do site. Se o Google AdWords e AdSense são as ferramentas de facto para ajudar os anunciantes atingir um grande número de pessoas que sabem o que estão procurando, anúncios sociais serão a ferramenta para ajudar as pessoas a descobrir coisas novas.


A guerra

Um dia, no final de outubro, blogs de tecnologia começaram comentar sobre as últimas notícias das mídias sociais: Zuckerberg tinha perdido o seu lugar como o usuário mais seguido no Google+. E quem o superou?  Ninguém menos que Larry Page. 

Trivial, talvéz, mas é difícil não pensar que a notícia iluminou sorrisos em todo o Google. Nem o Google nem o Facebook gostam de falar sobre a competição uns com os outros (e nem a empresa deixaria seus CEOs disponíveis para a isso), mas as batalhas são ferozes em várias frentes, e ambos os lados comemoram mesmo a menor vitória.

Em nenhum lugar existe uma contagem mais detalhada do que na dsiputa por talentos, onde cada engenheiro ou executivo que tem defeitos para uma empresa é facilmente contratado pela outra. 

Nessa frente de batalha se olharmos através das fileiras do Facebook, desde a gestão superior até estagiários humildes, vamos esbarrar em ex-Googlers como Adams, o pesquisador social, em cada turno. Quatro dos 11 principais executivos do Facebook vêm do Google, incluindo Sheryl Sandberg e David Fischer, o cara da publicidade e chefe de operações. 

Esses números, no entanto, não contam a história completa de uma batalha que começou já em 2007 e se intensificou desde  então. 

As armas de escolha do Facebook: 

O prestígio como a empresa mais quente do Vale - e seu potencial para fazer milionários. 

O Google reagiu com dinheiro, muito dinheiro. Em alguns casos, o Google ofereceu aos melhores engenheiros ou executivos mais de $10 milhões de patrimônio e bônus se eles permanecessem lá, disse um executivo diretamente envolvido na guerra por talentos. 

A notícia se espalhou rapidamente, e fez com que muitos Googlers, o que qualquer pessoa racional faria:  Eles diziam que recebiam uma ótima oferta do Facebook, para que pudessem obter um grande aumento no Google.  "Criou-se um ambiente anti-Google", diz um gerente sênior que deixou o Google recentemente.  "O Google tem uma política de meritocracia" 

Assim, em janeiro, o Google tentou uma abordagem diferente: esbanjou um aumento gigante de 10% em sua força de trabalho inteira. 

Transferiu-se também um grande pedaço de bônus aos funcionários que recebiam salário base. Como resultado, muitas pessoas viram os seus salários aumentar em 15% ou até mesmo 20%.

Sua arma mais poderosa é o seu status de empresa de Internet dominante. Em setembro, por exemplo, quando abriu o Google+ a todos, após um período de teste de 90 dias, desencadeou o tipo de promoção que até mesmo as maiores marcas invejariam: Uma grande seta azul em sua página inicial apontou a dezenas de milhões de pessoas que a visitam diariamente para uma guia do Google+.

O tráfego no local disparou imediatamente. Além do Google.com, o Google planeja promover Google+, todos os dias, para as centenas de milhões de pessoas que utilizam os serviços como Gmail, Maps e YouTube, e para incorporá-lo em milhões de aparelhos Android. 

Segundo Dick Costolo, executivo-chefe do Twitter: "Não há dúvida de que eles vão ser capazes de arrebanhar um enorme número de usuários."

Naturalmente, é o poder do Google para puxar todos esses usuários que mais preocupa o Facebook. Os executivos que passaram o último ano lá disseram que estão confiantes de que podem vencer o Google em um campo de jogo nivelado. 

Mas eles temem que, como a Microsoft, em uma época anterior, o Google vai usar seu poder para vender Google+, e nem sempre de forma justa. Algumas táticas, como promoções no Google.com, são ineficazes e controversas. Outras, como a capacidade do Google de usar o seu motor de buscas para promover o Google+ à frente de outros serviços sociais, poderia ser mais problemática. 

O Google ainda não fez isso com o Google+, mas tem feito isso com outros serviços, como os mapas, levando rivais a reclamações. O Google pode até pensar duas vezes antes de se envolver em tais táticas, como já está em uma investigação do governo antitruste . No entanto, com o acesso mobile como o próximo campo de batalha, o Google pode também encontrar formas de construir funcionalidades no Google+ mais adequadas para telefones Android, isso seria muito mais complicado de ser enfrentado pelos concorrentes.

Esse último ponto não passa despercebido por Zuckerberg. Isso o levou a buscar a aproximação com o maior rival do  Google na área mobile, a Apple. 

As duas empresas têm realizado várias rodadas de discussões, de acordo com pessoas envolvidas nas negociações. Mas eles ainda têm de encontrar uma maneira interessante de colaborar, talvez porque seu namoro teve um começo difícil. 

No ano passado o Facebook rejeitou a tentativa da Apple para conectar o Ping , uma nova rede social construída em torno do iTunes, com o Facebook, supostamente por motivos técnicos. Foi uma rara repreensão pública para a Apple e Steve Jobs ligou pessoalmente para alguns jornalistas para manifestar o seu desagrado. 

O fato de a Apple ter escolhido o Twitter, e não o Facebook, para a versão mais recente de seu sistema operacional móvel não tem ajudado muito.

Ainda assim, as duas empresas continuam conversando, sabendo muito bem que uma aliança poderia ajudá-los a se defender de um inimigo comum.

Nós sabemos o que você provavelmente está pensando: Se isto é uma guerra, quem vai ganhar? A resposta não é simples. O Google tem dois objetivos com a mídia social: Um é para diminuir o ímpeto do Facebook, o outro é usar os dados do Google+ para melhorar as coisas, como busca, mapas e anúncios. 

Ambos, Gundotra e Page dizem que o último objetivo é o mais importante. "Nós podemos melhorar as pesquisas", diz Gundotra. "Nós podemos melhorar o YouTube e Gmail. Nós podemos fazer com que nossos anúncios sejam mais relevantes." Mais adiante acrescenta: "O Google+ vai melhorar todos os aspectos do Google."

Para atingir suas metas, o Google não precisa ser melhor que o Facebook, mas ele precisa se tornar mais confiável. 

Para chegar lá, o Google precisa aprender ainda mais da social media. Considere isto: 

Em outubro um blog de tecnologia informou que vários altos funcionários do Google, incluindo Eric Schmidt, o presidente executivo, ainda não tinham criado as suas próprias contas no Google+. Poucos dias depois, a conta de Schmidt discretamente apareceu no site. O Google também precisa de algo a mais: uma proposta de valor que seja diferente do Facebook e que obrigue um grande número de usuários a mudar - ou pelo menos a ser ativo em ambos os sites. 

Neste ponto, não está claro quantos, exatamente, dos 40 milhões de pessoas com contas no Google+ realmente usam o site. 

O Google não vai revelar isso. E quando perguntados porque alguém deve mudar para o Google+, os executivos repetem que o resultado das buscas vai melhorar significativamente (diga isso para 800 milhões de  membros do Facebook) e que, com os círculos, os usuários do Google+ podem compartilhar o que eles fazem no mundo real (como se o Facebook não tenha já essa capacidade).

Para o Facebook, os primeiros sucessos do Google+ significam que Zuckerberg já não pode se dar ao luxo de errar. No passado, erros freqüentes do Facebook em produtos e políticas de privacidade foram, na sua grande parte perdoados ou esquecidos. 

A partir de agora, o Google+ vai ficar mais do que feliz em receber todos os usuários descontentes do Facebook - para não mencionar os seus amigos. Em outras palavras, como se fossem soldados, Zuckerberg agora deve ficar de olho na página e em suas tropas. 

Sim, Zuckerberg pode se sentir bem com o reinado do Facebook e seus milhões de usuários e por ter dezenas de ex-funcionários premiados vindos do Google. 

Mas Larry Page não tem nenhum problema em reabastecer as fileiras do Google. Só no último trimestre, o Google contratou cerca de 2.600 funcionários. Isso é quase o número de pessoas, que trabalham no Facebook, e eles têm uma ordem bem clara:  transformar o Google em uma superpotência da web social.

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